segunda-feira, 10 de maio de 2010

Eu gosto das terras do Minho, das paisagens alpestres de Trás-os-Montes, das Lezírias do Tejo, de alguns locais e das vielas de Lisboa, da sumptuosidade e das belezas de Paris. Porém, gosto muito mais da aspereza e da originalidade de Barroso. As rodeiras solitárias dos caminhos da nossa terra, o cheiro da terra lavrada e da lenha queimada, das paisagens que valem tanto como as pessoas… Tenho saudade dos tempos da ajuda comunitária, dos ajuntamentos nos campos e nas eiras, do são convívio que existia entre os habitantes da aldeia, entrava-se na casa do vizinho como se fosse na nossa. Quando alguém batia à porta não se perguntava “quem é?” Respondia-se: “entre”.
Lembro-me da voz sonante de muitos amigos já desaparecidos afoutando ao gado: «à Galante, à Galharda e ao boi». Das idas às feiras, à missa, às festas e aos funerais, sempre em grupo numa saudável amizade de colectividade e união. Hoje é cada vez mais cada um por si, a maquinaria agrícola dispensa a ajuda comunitária nos trabalhos, o automóvel, o dinheiro e a fartura trouxeram o individualismo. Ninguém precisa de ninguém.